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Estive pensando... sim, eu penso! E penso como qualquer outra mulher. Tenho medos também, principalmente de avaliações. E por esse motivo adiei alguns sonhos.

 

Escrevo desde pequena. O primeiro concurso ganhei na terceira ou quarta série. Lembro-me que o título era bem tosco, do tipo “O Macaco Simão”.  Lembro-me também de uma professora chatérrima cujo nome não vou citar, vai que ela lê isso!? Começei falando de animais, hoje - a passos contrários a evolução - falo sobre pessoas, coisas... falo sobre o que me der da telha ou na mão.

 

Quem escreve sabe. A gente simplesmente sente vontade de escrever e corre. Defino como vômito. É exatamente assim. Bate aquela vontade louca de vomitar tudo que se sente e quando a gente percebe está com papel e caneta colocando pra fora aquilo que  estava guardado. Confesso que evito algumas vezes... mas começo a ruminar até que tudo sai com mais pressão que antes! Muitas vezes o cheiro está pior também!

 

E por que, afinal, chamei a sua atenção pra isso? Porque cansei de viver do anonimato! Sério! Ao longo desses 30 anos, e mais intesamente nos últimos 5, tenho visto gente de todo o tipo se lançar na net com coisas chulas. São músicas sem melodia alguma ou ainda aquela versão barata de músicas internacionais na tentativa de pegar embalo no sucesso do cantor. Textos com palavrões que fazem um sucesso hollywoodiano...  Ah, tem de tudo nesse mundo virtual.  E muitas gente gosta! E por que, diante de tanta gente corajosa, que dá a cara a tapa e nem liga para os beliscões da mídia negativa, tenho eu que ficar em silêncio?

 

Não e não! Chega disso! Abertamente abro mão da vergonha. Sim, aquela coisa que deixa o seu dedo duro na hora de postar o que escreve. Abro mão também da senso de aprovação, aquele sentimento estranho que nos faz ir de 5 em 5 milésimos de segundos na página verificar se gostaram ou não; que espera por aquele curtir como se a bendita mãozinha fosse algum tipo de promoção.

 

E outra, não espere textos rebuscados, cheios de “todavia”, “no entanto” ou retrógrados tirando do baú  a “certa feita”...  Pode até ser que saia alguma coisa, nada é previsto por aqui! Mas não faço o tipo que fica no dicionário nas 3 horas seguintes, após um belo texto, tentando trocar expressões para parecer intelectual o suficiente. A busca pela aceitabilidade não é o meu foco. Pelo menos não mais aos 30 anos.

 

A partir de agora incorporo um personagem chamado eu. E o que eu fazia antes disso? Ah, me escondia.


Carol Rocha - Jornalista, escritora e ex medrosa.

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