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    POR CAROL ROCHA 

 

Atividades físicas ajudam a prolongar a saúde. De acordo com especialistas, a dança, por exemplo, pode trabalhar diversas áreas: tanto físicas, quanto emocionais. A prática pode ser aprendida por todos e a melhor idade para começar é aquela em que a pessoa encontra tempo. Provando que não há limites para cuidar da saúde, um grupo de dança sênior reúne histórias de superação.

 

Aproximadamente cinquenta mulheres participam das aulas gratuitas que acontecem no Ginásio Poliesportivo Pedro Jahara, o Pedrão, em Teresópolis, duas vezes por semana. A grande maioria teve problemas de saúde ou apresentou alguma limitação física ou mental. A dança trouxe benefícios que vão além do aprendizado. "Por causa da cadeira de rodas, algumas pessoas achavam que eu não poderia fazer quase nada, mas vou firme e faço. Já fiz natação e dança. Na verdade, também pensei que não fosse capaz, mas hoje vejo que me superei", afirma a mascote do grupo Vitória Santos.

 

A jovem cadeirante não é a única a relatar a superação. Maria do Socorro entrou no grupo há cinco anos e desde então percebeu muitos avanços no corpo e na mente. "Eu tive um aneurisma cerebral há 18 anos e fiquei com algumas sequelas. Afetou o equilíbrio, a coordenação motora e a memória. E sofria muito com o esquecimento. Tudo isso foi sendo trabalhado com a dança, como os exercícios que a gente faz.  Eu aprendo mais a cada dia", confessa ela.

 

Ao fazer uma análise sobre quem era e quem é depois da atividade física, a aposentada  diz que até os familiares perceberam a mudança. "Recuperei o equilíbrio, a memória e a autoestima", afirmou.

 

Para a professora do grupo, essa atividade tem ajudado na recuperação de muitas mulheres. Principalmente daquelas que não tinham outra ocupação. Durante as aulas elas trabalham também a socialização. "A gente procura, principalmente, trabalhar a alegria. Rir dos próprios erros. É um ajudando o outro e com isso a superação delas acontece. Muitas chegaram aqui com depressão. Outras chegaram depois de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). A dança sênior contribuiu muito para a melhora", relata Oridinéia Fernandes. 

 

Mas o tratamento não para por aí. Além do físico, o psicológico também recebe atenção especial. "Conversamos muito a respeito do envelhecimento. É algo que acontece na vida da gente. E esse processo começa assim que a gente nasce! É preciso aprender a trabalhar com as nossas limitações e esquecer o que podíamos fazer ontem. Precisamos focar no hoje", afirma a professora.

 

De acordo com a diretora do Centro Especializado em Atendimento à Mulher em Teresópolis, o trabalho desenvolvido traz benefícios reais. "Aqui nós também fazemos um acompanhamento social. E você vê o crescimento e a mudança em muitas delas. Isso é gratificante para toda a equipe. É um carinho trocado tanto delas pela gente, quanto da gente por elas também", conclui Magda Becker.

 
 

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